Buuu!!!!
Quer dizer, boa tarde. Vou contar outra história de assombração, em "homenagem" a Sexta-feira 13.
Esse foi um causo acontecido.
"Era uma noite de inverno, bem escura, fria e tenebrosa. O vento soprava forte, e pouca gente ousava sair de casa. Na época, não tinha iluminação, e nem calçamento nas ruas. Tudo estava escuro...
Dois amigos, Manoel e Joaquim, estavam em um bar da cidade, e conversavam diante da trêmula luz de um lampião. Conversa vai, conversa vem, e de repente, Manoel, tentando demonstrar valentia, propôs que iria ao cemitério à meia-noite.
"Eu sô corajoso por di mais, e num tem nada di assombração por essas banda. É tudo coisa da cabeça das pessoa!" Disse o homem.
Joaquim, o mais medroso, disse que não iria nem a poder de decreto. Segundo ele, era muito corajoso, mas tinha que ir para casa.
Apesar disso, queria uma confirmação de que o amigo iria, mesmo.
"Já sei. Quando eu chegá no meio do cemitério, eu infio uma cruz e aí você vai lá amanhã i confere qui ieu tenho corage! Você é um medroso..!"
Joaquim, sem hesitar, aceitou a proposta. E até daria vinte moedas se o amigo concluísse a tarefa... desde que o amigo também o desse caso não tivesse coragem para tanto. E assim feito, eles foram para casa.
Faltando quinze minutos para meia-noite, Manoel arreou seu cavalo, vestiu uma capa bem comprida, que era muito usada na época com o nome de capa Ideal. Entre trovões e os pocotós de seu cavalo, mais nada fazia barulho. Tudo estava escuro e invernoso... Não tinha uma alma na estrada. Conduziu o seu cavalo até o portão do cemitério. De lá, somente via esboços de cruzes e sombras. Parecia que estava mergulhado nas trevas. Aquela antiga valentia teria se consumido. Os sons, a escuridão... Quase o levavam a desistir. Mas, existiria vergonha maior? Todos da cidade saberiam que ele perdeu a aposta, e era mais um medroso. Então ele foi. Ao longe, podia se ouvir as doze badaladas do sino da Igreja. Apesar do ambiente obscuro, levado por uma força que nem ele mesmo sabia de onde vinha, abriu devagar o portão que rangeu como um choro:
Nheeeeeeeeemm!
Entrou devagar, quase paralisado de medo. Os galhos das árvores pareciam garras querendo pegar quem aparecesse. Lentamente, ele levou seu cavalo até o centro do cemitério. Todas as cruzes pareciam fitá-lo com um olhar macabro. Pocotó, pocotó, pocotó. Desmontou do cavalo, e olhou ao seu redor. Sem querer passar mais tempo nesse lugar tenebroso, segurou a cruz de madeira, virou-se e cravou-a no chão. Pensava que teria ganhado as vinte moedas. Estava andando em direção ao seu cavalo, quando, de repente, sentiu que algo puxava sua capa. Voltou-se para ver o que era, mas estava imerso na mais profunda escuridão. Algo não queria que ele voltasse são para a cidade. Começou a gritar por socorro, mas ninguém podia ouví-lo. Tentou puxar sua capa, mas, dominado pelo medo, não conseguiu fazê-lo. Olhou para os lados, mas os relâmpagos não mostravam nada além das cruzes e túmulos. E então......
No outro dia, bem cedinho, Joaquim levantou e antes de ir para seus afazeres da roça, foi ao cemitério e se deparou com uma cena nada agradável.
Seu melhor amigo estava caído, morto, no centro do cemitério, e a cruz, aquela mesma cruz de madeira, estava cravada em sua capa Ideal, prendendo-a no chão. Manoel teria morrido de susto! Os "defuntos que estariam puxando" sua capa não eram nada mais que uma cruz de madeira. Tudo fora criado por sua imaginação!
Buuuuuu!!
SrtaBuuuuu!!!AnaLu
2 comentários:
Analu,
Muito boa essa história do Manoel e do Joaquim.Falta o nome do autor!
Que coisa, hem?Medo mata.
Veja que interessante esta frase do escritor moçambicano, Mia couto, em seu livro "O gato e o escuro": “Dentro de cada um há o seu escuro. E nesse escuro mora quem lá inventamos.”
Parabéns pelo seu blog.
Teresa
Analu,
Muito boa essa história do Manoel e do Joaquim.Falta o nome do autor!
Que coisa, hem?Medo mata.
Veja que interessante esta frase do escritor moçambicano, Mia couto, em seu livro "O gato e o escuro": “Dentro de cada um há o seu escuro. E nesse escuro mora quem lá inventamos.”
Parabéns pelo seu blog.
Teresa
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